Romeu sempre foi um rapaz tímido, que mal falava com os vizinhos. Filho de Seu Zezinho, o patriarca da comunidade, vivia restrito à família. No dia da tragédia, ele chegou a Paracatu antes da lama e viu tudo ruir. Diante de um cenário impensável, resolveu arregaçar as mangas e juntou-se a uma comissão de 17 moradores, formada para representar os interesses do povoado e batalhar pelo seu direito de reconstrução.

Hoje, o trabalho de construção coletiva que inclui os esforços de Romeu começa a dar frutos concretos. Com a voz embargada, ele fala do orgulho de ver aprovado o projeto urbanístico do reassentamento. Foram 31 esboços, feitos a partir de uma escuta ativa das demandas dos moradores e das necessidades de manutenção da vida social e da cultura. Esse é o começo de um novo capítulo para a comunidade, mais madura, que já sabe o que quer e como precisa caminhar para chegar lá.